A pobreza em si não é um bem e nem mesmo uma situação de elevação espiritual do cristão
Nas bem-aventuranças, diz-se “Bem-aventurados os pobres em espírito”, mas o que significa ser pobre em espírito?
O discurso revolucionário do cristianismo, que marca uma reversão de todos os valores tradicionais, é o famoso discurso da montanha, que encontramos em Mateus capítulo 5. Analizando atentamente todo o seu conteúdo, facilmente nos damos conta de que todas as nove bem-aventuranças relatadas pelo evangelista se resumem na primeira: “Bem-aventurados os pobres em espírito”. Todas as outras são uma consequência e uma explicação desta.
O reconhecer-se pobre, frágil, não é, porém, um estado sociológico, mas uma disposição interior que deve moldar o nosso agir em qualquer estado que possamos nos encontrar. A pobreza em si não é um bem e nem mesmo uma situação de elevação espiritual do cristão. O apelo à pobreza não tem um significado somente material, mas é um apelo a ter consciência dos próprios limites, das próprias misérias interiores, da necessidade de redescobrir a importância da humildade, da nossa total dependência de Deus.
Lembremos que o primeiro pobre foi Cristo, que, como nos lembra São Paulo, mesmo sendo rico, fez-se pobre por nós. Na primeira bem-aventurança devemos sentir forte o convite a seguir Jesus que não encontrou lugar em Belém, não teve uma pedra para repousar a cabeça, foi morto pobre em uma cruz. A pobreza proclamada por Jesus deve ser a característica e o emblema não de um, mas de toda a Igreja.
Fonte: Aleteia
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